terça-feira, 31 de agosto de 2010

Minha visita à Buenos Aires







A cidade oferece passeios tradicionais e lugares secretos. O Colón e pequenos teatros experimentais. Livrarias antigas e novos centros culturais. Mais de cem museus. Feiras de artesanato e modernos centros comerciais. Cafés históricos. Tango, “milonga”. Parques. Bares onde desfrutar do primeiro ao último drinque da noite.

Agenda da Cidade
Permite organizar um programa de atividades conforme o gosto pessoal. Informação detalhada dos espetáculos que são oferecidos na cidade.

Para conhecer toda a oferta turística e cultural é preciso dar uma olhada na agenda do web site da cidade ou na seção de espetáculos e no suplemento especial Cultura BA do jornal Página 12. Você pode conseguir grátis o suplemento nos centros de informações.


Os cartazes verdes com o escudo da Cidade estão bem visíveis nas calçadas e dão informação sobre os espetáculos que são organizados pela Secretaria de Cultura: são de alto nível, gratuitos ou com preços muito acessíveis.

Nas listas que são colocadas, embaixo do nome de cada teatro, museu ou centro cultural consta um telefone e um endereço para contato por via eletrônica.

Outra alternativa é se dirigir ou telefonar para os centros de informação turística da Cidade.

O tango se manifesta hoje nas letras: muitas das palavras do tango vêm do “lunfardo” (gíria); a música: o bandônion lhe deu à música popular do Río de la Plata o toque de queixa e melancolia que hoje identifica o tango; e a dança.

CASAS DE TANGO Buenos Aires está repleta de tanguerias com orquestras e bailarinos ao vivo. Os lugares de maior destaque que têm espetáculos ao vivo costumam incluir jantar (com a possibilidade de optar entre a especialidade de carnes argentinas ou um cardápio internacional).


MILONGAS Também estão as “milongas”, que são lugares onde as pessoas vão dançar. Muitas delas organizam aulas —com professores especializados— antes da dança. Para novatos e principiantes, grupais ou individuais. Tango, milonga ou valsa.








“A primeira recomendação para quem visita Buenos Aires é passear com vista nas alturas. Encontrar-se-á com um mundo arquitetônico variado e exótico.
“Outra boa idéia é, para os que podem e se animam, percorrer a cidade de bicicleta. A “bici” tem uma velocidade que permite apreciar os tempos e os climas dos lugares. Mas, convém escolher os momentos de menor trânsito, como o mês de janeiro ou os fins de semana.
“ A terceira recomendação é guiar-se pelo mapa de arquitetura de Buenos Aires com os 50 edifícios arquitetonicamente mais importantes (publicado pelo “Diário de Arquitetura” do Clarín. Consegue-se n Avenida Corrientes, 562).”



Alguns edifícios

“Há uma série de edifícios em Buenos Aires Buenos Aires que –arquitetonicamente– são os mais significativos e famosos : o Teatro Colón, Palácio de Águas Corrientes, a Igreja del Pilar, a Catedral Metropolitana, a Casa Rosada, o Palácio Legislativo, entre muitos outros que são parte do patrimônio e da memória da cidade.

Há outros, menos conhecidos mas de interesse para os amantes da arquitetura por sua contribuição original e local à cultura arquitetônica. A seguir uma lista organizada segundo os movimentos ou as épocas :

Modernismo: o Yacht Club Argentino marca a entrada à Dársena Norte; o Palácio Barolo foi o primeiro arranha-céus portenho. Na Costanera Sur, a ex- Cervecería Munich, (atual Direção de Museus do governo portenho) foi um dos primeiros edifícios construídos com peças pré-fabricadas.

Racionalismo: O Kavanagh, no final do Florida, foi um dos primeiros arranha-céus de cimento armado. O teatro Gran Rex, com seus muros despojados e o grande janelão sobre a avenida, é um exemplo notável desta corrente.

Movimento moderno: os ateliês de Suipacha e Paraguay (chamados “Casa de estudos para artistas”) e o edifício “ Los Eucaliptos”, no bairro de de Belgrano.

Arquitetura contemporânea: são imperdíveis as obras de Mario Roberto Álvarez: o Teatro San Martín, em Av.Corrientes, 1530, e o edifício Somisa, na Av. Belgrano e Diagonal. Também as experiências brutalistas de Clorindo Testa no ex-Banco de Londres, no microcentro, e a Biblioteca Nacional, em uma zona de parques elegantes. O edifício Conurbané, de Katzenstein, Kokourec, Llorens es uma das melhores torres do Catalinas, com sua frente envidraçada ao río e sua parte de trás de azulejos cidade.

Arquitetura recente: Muse “Xul Solar”, de Pablo Beitía, é uma reciclagem da casa do pintor que demonstra que com o cimento armado em bruto pode-se fazer maravilhas; o Malba, em Palermo Chico, é outra mostra do que se faz aqui com a arquitetura globalizada.”

Alguns arquitetos

“Há dois arquitetos formados na Argentina, hoje de transcendência internacional, que têm obra realizada em Buenos Aires. São o tucumano César Pelli, conhecido no mundo por haver projetado as torres gêmeas Petronas de Kuala Lumpur, e, que aqui fez o Edifício República na Plaza Roma, o BankBoston em Catalinas Norte e está construindo o edifício para o YPF-Repsol em Puerto Madero. O outro caso é o do uruguaio Rafael Viñol que antes de emigrar aos Estados Unidos participou ativamente do projeto para o edifício de ATC (hoje Canal 7).”




O urbanismo em Buenos Aires

Estrutura

Como muitas outras cidades ibero-americanas, Buenos Aires se originou-se com o traçado imposto pelas Leis das Índias: uma quadrícula de 16 x 9 quarteirões.

Neste caso, instalada sobre a orla do Rio da Prata, o principal acidente geográfico da cidade, destacando-se sobre alguns cursos de água como o Riachuelo e outros que foram canalizados.

Essa quadrícula original, que hoje forma parte do sítio histórico da cidade, estendeu-se terra adentro. No crescimento e desenvolvimento de Buenos Aires, teve muito a ver o transporte: “Constitución”, “Plaza Miserere” e “Retiro” eram centros de transferência de onde chegavam de carreta as mercadorias do interior.

Depois, dali saíam os trens que junto ao metrô (o primeiro é a linha A, de 1913) e o traçado das avenidas principais a cada quatro quadras foram gerando a estrutura urbana da cidade.

Cada avenida foi convertida em uma artéria temática. Por exemplo, a “Avenida de Mayo” é uma grande via institucional; é o lugar dos teatros, as livrarias e os cafés. Santa Fé, a mais elegante, é para sair de compras. Belgrano, na zona sul, é a avenida das casas de móveis.

Intervenções urbanísticas

1. A cidade teve sua primeira grande intervenção com a abertura da Avenida de Mayo em 1884. A idéia foi criar o grande eixo institucional e simbólico da cidade.

Na segunda década do século XX começa-se a completar o tridente institucional com a construção da “Diagonal Norte”, que une a Casa Rosada com o Palácio da Justiça, e a “Diagonal Sur”, que devia comunicá-la com a sede do governo municipal que finalmente não foi construído.

2. Na década de 1930, com a idéia de fazer uma cidade mais funcional, começou outra importante operação urbanística: a construção da “Avenida 9 de Júlio”, o eixo norte-sul que une o “Retiro” com o “Constitución”.

3. A terceira grande intervenção foi a extensão do centro portenho com a urbanização do “Puerto Madero”. O velho porto, que a pouco tempo de ser construído mostrou-se ineficiente, foi reciclado na década de 1990, transformando-se em um postal da nova Buenos Aires.

O plano prevê uma série de construções que reproduzem as formas das docas originais e uma série de ramalhetes de torres que arrematam a “Avenida de Mayo”. Estes arranha-céus, vistos desde o rio, funcionam como portal de entrada à cidade e de alguma maneira reproduzem um dos desenhos visionários que fez [o arquiteto suíço] Lê Corbusier para Buenos Aires após sua visita em 1929.